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Dezembro

O Menino Jesus não teve lugar na hospedaria, como tantos homens e mulheres no século XXI também não têm espaço para viver dignamente, projetando em família as suas alegrias e tristezas.

Exilados, longe da pátria, os refugiados.
Neles, e com eles, fazemos memória da pobre família de Nazaré a caminho do Egipto.
Em busca de esperança, de gestos de acolhimento.
À procura de paz e amor verdadeiro.

Outrora no Egito.
Nos dias da nossa contemporaneidade, no Médio Oriente.
Às portas da Europa.
À nossa porta.

O drama dos refugiados, nessa procura incessante de quem os acolha, cuide e proteja.
A dureza das vivências de um grupo de refugiados africanos, tão bem retratada no filme Il Villaggio di Cartone, do realizador Ermanno Olmi.
Ficção e realidade. Tocam-se. Sentem-se. Confundem-se.

Uma Igreja vazia.
Um pároco resistente à resignação.
Tudo se foi.
Restaram apenas os bancos vazios.
Em pouco tempo, o nada encheu-se de vida.
De um grupo de refugiados que transformou a igreja na sua aldeia de cartão.

Não revelamos mais.
A narrativa merece ser apreciada, em detalhe por vós.

Neste tempo adventício propomos, para este mês, a visualização deste filme.
Será uma excelente oportunidade para refletirmos sobre o dom do acolhimento.

Não estarão as nossas igrejas a transformar-se em espaços onde começam a existir, cada vez mais, bancos vazios?
Como fazer delas espaços de acolhimento, transbordantes de vida?

Seremos capazes de construir, nesse espaço, uma aldeia-casa e escola de comunhão sinodal, produzindo gestos fecundos de amor?